quinta-feira, 17 de março de 2011

O tempo muda as pessoas. Mas nem sempre essas mudanças são boas. Estou chegando ao fundo do poço da solidão. Me tornei a pessoa mais egoísta do mundo. Sou incapaz de dividir minhas atenções entre vida amorosa e vida social. Estou me distanciando dos meus amigos. Perdi o contato direto com meus familiares. Estou possuída por um ciúme obssessivo. Constantemente despejo os frutos do meu mau humor e da minha insatisfação idiota em pessoas com boas intenções. Estou intolerante com os outros. Não consigo me reaproximar de quem eu amo e não consigo criar novos laços. Minha imaginação não produz nada de interessante. Sinto falta do passado e sinto vontade de chorar quando estou na sala de aula. Eu errei, e ainda erro.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Repulsa
Não quero um destino trágico, como Romeu e Julieta, que morreram de amor, literalmente. Não quero ser escrava desse vício que é amar, mas a verdade é que eu já não sinto mais fome. Durante 5 dias tudo que eu pude fazer embaixo do chuveiro foi chorar em silêncio pra ninguém perceber. Já fui taxada de egoísta e ranzinza por reclamar da vida, mas quem vê meu comportamento não é sequer capaz de imaginar o turbilhão de sentimentos que passam aqui por dentro. Talvez o meu grande mal tenha sido criar expectativa em excesso para o que parecia perfeito demais pra ser verdade, mas, confesso: foi uma grande e triste surpresa saber claramente que o que eu sentia não era correspondido na mesma intensidade. Pelo menos, foi isso o que eu, extremamente sentimental e ciumenta, pude interpretar de toda essa mudança de comportamento e perceptível falta de atenção.
É, meu castelo de cartas está desmoronando e agora só sobrou a vontade de libertar toda essa dor e desatar de uma vez por todas o nó que está preso na minha garganta desde que eu percebi a tamanha ilusão que virou minha vida. E logo agora, que eu tinha tantos planos pra melhorar minha vida social, a convivência com as pessoas, algo que sempre foi tão difícil pra mim. Não consigo disfarçar. Me sinto uma pessoa mais patética e sem graça a cada dia que passa. Parece que a minha realidade virou de cabeça pra baixo e tudo que eu tanto idelizei está sempre mais distante do que eu posso alcançar. Se eu não fosse tão orgulhosa e, acima de tudo, tão COVARDE, eu mostraria a verdade, esse buraco negro onde está meu coração, sugando toda a minha força, a minha sensibilidade e até mesmo meu apetite. Mas o único modo que eu consigo me expressar é escondida atrás de uma tela de computador. Tipicamente covarde.
Eu espero que o tempo possa curar toda essa ferida que corrói por dentro e que eu seja capaz de, pelo menos uma única vez, resolver minha vida sentimental expondo minhas emoções, e não sendo essa pedra insensível por trás da qual eu escondo todo meu desequilíbrio.
Eu preciso de ajuda.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Análise
O amor. Ah, o amor! Chega a ser tolo ler todas as ilusões que criam em torno desse incrível sentimento, sempre tão fantasiado e sobrestimado pela mídia, pelas novelas, pelas revistas, até mesmo pelas embalagens de bombom. Não vou negar que essa estranha vontade de ser um só é extremamente agradável e certamente me proporciona momentos únicos, mas muitas vezes, esquecemos que nem tudo pode nos satisfazer sempre. Seja o ciúme que bate repentinamente, seja a temida distância, sempre existe um lago amargo por trás de todo esse mar de rosas vermelhas que os contos de fada depositaram em nossas mentes para fazer-nos acreditar que o amor é algo perfeccionista, sem falhas. Mas essa, meus caros, infelizmente está longe de ser a verdade da vida: aquela verdade que nos faz crescer até mesmo após experiências que a vida faz questão de analisar racionalmente, enquanto você, num turbilhão de sentimentos, se deixa levar pela emoção: a razão do coração. E chega um momento em que você cresce, e percebe que precisa aprender a lidar com essa realidade e não se limitar a viver numa mentira irreal e fantasiada que existe apenas em sua imaginação. Afinal, um dia você terá que deixar pra trás suas idealizações de criança alienada e fazer parte da dura sociedade racional que existe dentro do seu próprio cérebro, e não do seu coração.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Satisfação

Chega a ser estranho reler essas antigas páginas de dor sufocada e chegar aqui hoje com a mente vazia. Tento concretizar minha poesia, mas é tudo tão abstrato que não flui.
Espero um dia ser capaz de vomitar minhas angústias aqui novamente. Mas qualquer hora dessas a inspiração surge e inevitavelmente aqui estarei eu em mais uma declaração melo dramática. Afinal, o tempo passa e as rotinas mudam.
Os desabafos não.

domingo, 8 de agosto de 2010

Memórias condensadas

02/08/10

Odeio essa distância entre nós. Odeio ter que me contentar com um olhar. Queria sentir teu abraço. Ouvir tua voz todos os dias.
Queria ser feliz com você por perto.
Bem perto.


03/08/10
E por maior que seja essa distância, eu ainda acredito que há uma conexão muito forte que nos mantém unidos, mesmo que indiretamente. Talvez seja recíproco ou apenas mais um devaneio, mas o que eu sinto por você, irrevogavelmente, é mais real do que tudo que já tive a oportunidade de sentir.


04/08/10
Você sabe que eu te amo... ou pelo menos deveria saber, analisando o lado óbvio das coisas. Eu só quero um sinal, porque o instinto de te abraçar é muito intenso e eu cansei de me controlar. Preciso da certeza de uma reciprocidade, mas isso, só quem pode me dizer é você mesmo. E eu ainda estou esperando a resposta.


05/08/10
Distância.
Tão perto, tão longe...
Alguns metros nos separam mas eu te carrego aonde quer que eu vá. E quando eu vejo de longe um sorriso iluminando teu rosto, isso já basta pra manter meu dia aquecido.
É, eu te amo.


07/08/10
E depois de algumas semanas, eu finalmente pude ouvir o tom da tua voz novamente. E você não sabe o quanto isso me faz falta.

08/08/10
Antes meu domingo era dominado por uma certa agonia, com toda aquela pressão de retornar à minha rotina de segunda à sexta. Mas atualmente tanto faz. Domingo é apenas mais um dia que eu espero anciosamente pelo fim, já que agora minha rotina é você.

sábado, 10 de abril de 2010

Objetiva
Quando a realidade não se encontra tão lúcida e a tristeza ultrapassa os limites da mente, desvio meu raciocínio para a criação desse esboço sentimental medíocre. Esquivar-se das lágrimas parece-me muito mais consciente que dançar em meio à piedade alheia, por isso escrever é tão mais fácil que demonstrar emoções. E esse aqui é o meu refúgio.
Incrível como o ponto de partida é sempre o mesmo e o inspirador também. Nada mais do que decepções cotidianas, desilusões sentimentais e umas boas músicas agravadoras de depressão. Receita perfeita para uma boa melancolia que precisa ser exposta.
Você sente uma necessidade básica de deixar que toda essa mágoa extravase do seu interior. Você precisa se libertar das lâminas que te perfuram incessavelmente. E o caminho? É esse: a escrita. Essa cova que vai te acolher em todos os momentos e não pedirá qualquer explicação, afinal existe justificação mais significativa que a própria palavra?

terça-feira, 2 de março de 2010

Omissão
Eu posso sentir esse líquido cristalino proveniente do firmamento deslizando por minha face agora mesmo, acentuando a alvidez própria de minha pele, enquanto congela minhas expressões inexpressíveis e eu caminho sem rumo pelas ruas desertas dessa cidade sem dono, sendo guiada apenas pela música
em meus ouvidos, incentivando-me a seguir adiante nessa minha caminhada moral.
Por dentro a calidez, tão disfarçada externamente pelo clima gélido, ainda se faz presente internamente com sua chama sempre acesa, ardendo em brasa, queimando órgãos. A máscara de inexpressão escondendo um oceano de emoções desfrutadas somente pelo íntimo, não visíveis às centenas de almas que perambulam descontroladas, num ritmo rotineiro de segunda-feira.
E em meio a essa escuridão de um dia tomado pelas águas que desabam bravas do céu, tenho meus
pensamentos, decisões e conclusões feitas: hora de (tentar) esquecer o inesquecível, seguir adiante e apagar um passado perfeitamente imperfeito. Hora de utilizar da "amnésia sentimental" que, eu sei... machucará intimamente como uma lâmina que perfura a pele. Mas ainda assim, a condição será mantida. Afinal, você me enrolou e depois cortou a linha. E a partir de agora, será como se você nunca tivesse existido.